Metabolismo & Dietas
Introdução
plasticidade, adaptação e riscos, no que tange aos vários tipos de dietas consumidas com objetivos para nutrir o corpo, facilitar a digestão e absorção dos nutrientes, fazer a manutenção da saúde ou melhorar o desempenho físico e mental ou mesmo, para tratar de doenças metabólicas. Este texto poderá lhe informar que quase tudo o que pensamos sobre dietas “saudáveis” está errado.
grãos integrais e leguminosas, são estratégias que não apenas falham com frequência, mas algumas podem até mesmo trabalhar contra nós. A verdade sobre a comida para nutrir e prosperar a saúde é que as dietas veganas não são mais saudáveis, a carne vermelha não é perigosa, os suplementos são necessários a depender da individualidade e contexto e os antioxidantes não são a resposta. Segundo o Guia Alimentar Para a População Brasileira disponibilizado pelo Ministério da Saúde, a alimentação adequada e saudável é a prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente:
- Deve estar em acordo com as necessidades de cada fase da vida e com as necessidades alimentares especiais;
- Referenciada pela cultura alimentar;
- Acessível do ponto de vista físico e financeiro;
- Harmônica em quantidade e qualidade;
- Baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis;
- Quantidades mínimas de contaminantes físicos, químicos e biológicos.
conta o cenário da evolução da alimentação e das condições de saúde da população.
produtos alimentícios ricos em açúcares, frutose, xaropes, farinhas brancas, gorduras vegetais, produtos químicos, edulcorantes, estabilizantes, aromatizantes, corantes etc., buscar alimentos de verdade e minimamente processados já trará luz aos processos fisiológicos, permitindo suas funções mais eficientes e prevenindo doenças metabólicas que são hoje a maior causa de morbidade e mortalidade no mundo: inflamação, diabetes, doenças cardiovasculares,câncer, Alzheimer, entre outras.
metabolismo humano.
Dieta vegetariana
-Ovolactovegetariano é o vegetariano que utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação. - Lactovegetariano é o vegetariano que não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios. - Ovovegetariano é o vegetariano que não utiliza laticínios mas consome ovos. - Vegetariano estrito é o vegetariano que não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação. - Vegano é o indivíduo vegetariano estrito que recusa o uso de componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda, assim como produtos que foram testados em animais.
preencher a ingestão diária recomendada (DRI) . Isso se dá pelo baixo teor proteico de produtos vegetais, pelo baixo valor biológico de proteínas vegetais, e pela má digestibilidade de algumas proteínas vegetais. A dieta vegetariana estrita é potencialmente arriscada em condições em que não se é possível a redução da DRI, como no lactente, na gestação, e na lactação, o que pode resultar em desnutrição proteico-calórica.
lacto-ovo), incluir fontes calóricas altas de vegetais (nozes, grãos, frutas secas), e permitir combinações proteicas que elevem o valor biológico das proteínas ingeridas. As dietas veganas/vegetarianas, não fornecem ou não adequadamente fontes nutricionais de vitamina B12, ferro, zinco, ômega-3, cálcio, devendo ser obtidos de alimentos industrializados que são enriquecidos com esses nutrientes ou deve-se suplementá-los.
partir de alimentos vegetais pois são ricos em antinutrientes que interferem tanto na fisiologia digestiva por meio da redução da atividade enzimática quanto na capacidade de absorção de nutrientes essenciais.Por isso, recomendam-se associar alimentos ricos em vitamina C, ácidos orgânicos para melhorar a absorção do ferro e do zinco, por exemplo.
processamento necessário para tornar aquele alimento possível de ser digerido e absorvido pelo organismo humano. E, ainda, deve-se manter um microbioma intestinal equilibrado a fim de evitar fermentação intestinal elevada.
fibras. Neste caso, as fibras, não possuem papel central no metabolismo, uma vez que são fermentadas na porção final do intestino contribuindo vagamente com aporte de ácidos graxos de cadeia curta e favorecendo a formação do bolo fecal. São utilizadas para trazer saciedade, plenitude gástrica, quando há o objetivo de emagrecimento. Entretanto, essa dieta é perigosa e pode levar à resistência insulínica uma vez que gerará muitos picos de glicose ao longo do dia. Carboidratos complexos podem fornecer calorias, além de sua hidrólise parcial resultar na liberação de prebióticos, substâncias que auxiliam o microbioma intestinal.
disponibilidade de derivados monossacarídeos, elevando os triglicérides e o colesterol no sangue e promovendo oxidações e inflamações vasculares. Não obstante, dietas ricas em carboidratos exigem maior consumo de água para sua digestibilidade e absorção. Além dos riscos iminentes da ingesta insuficiente de água, a perda aparente de peso corporal observada pode ser consequência do sequestro de água exigido no metabolismo de fibras e carboidratos complexos.
redução da ingestão proteica e gerar perdas musculares e teciduais dificultando a longevidade com saúde. Ainda, pela incapacidade de ingerir a quantidade fisiológica de proteínas, pode iniciar um estímulo central para ingestão alimentar, gerando quadros de compulsão e obesidade. A dieta rica em carboidratos é empregada no trabalho atlético de esforços aeróbicos, como corridas de longa distância, natação e futebol.
rápida absorção o que necessita de ingestões constantes, diferente dos ácidos graxos como fonte de energia.
Dieta cetogênica
Pleistoceno, ocorrido há cerca de 2,5 milhões a 11.700 anos atrás, onde havia uma abundância de animais e escassez de fontes vegetais como iniciou-se no período agrícola, permitindo que os seres humanos vivessem a partir da caça. Nesse período, as vísceras, tutano, carnes com gorduras e, por último, carnes magras, eram a base da alimentação.
cetose, onde o corpo degrada por meio da beta oxidação a gordura armazenada como fonte de energia. Não havia regras de horários para alimentar-se e sim períodos intercalados de jejum e estado alimentado. Essa capacidade de gerar corpos cetônicos a partir dos períodos, principalmente, de jejum e também do estado alimentado rico em gorduras é capaz de manter o cérebro mais focado, ágil e inteligente para eventuais necessidades. Como evidência fisiológica de nossa capacidade alimentar original, podemos constatar o pH estomacal, o qual é de cerca de 1,5 a 2,5. Ou seja, ácido suficiente para melhor digestão de proteínas, sugerindo que a alimentação de origem animal seja a mais adequada para seres humanos.
início dos anos 1920, por reduzir a excitabilidade neuronal a partir da formação dos corpos cetônicos especialmente o beta hidroxibutirato, resultando em melhor controle das crises. Por ser uma alimentação de baixíssimo carboidrato, pacientes diabéticos e que apresentam resistência insulínica e síndrome metabólica se beneficiam grandemente com remissão da doença ou seu controle. As dietas ricas em gordura possuem a vantagem de gerar alta saciedade, consumindo menor volume de alimentos quando comparado a outras dietas, uma vez que o aporte calórico de ácidos graxos é duas vezes maior que o de proteínas e carboidratos.
automóvel híbrido, o qual utiliza mais de uma fonte de combustível: energia de carboidratos e energia dos estoques de gordura. Neste sentido, compreende-se que a ingestão de carboidratos não é essencial, embora esse fato seja ignorado, e nosso corpo pode se sustentar até melhor à base de cetonas (beta hidroxibutirato, acetona e acetoacetato). A quantidade de glicose necessária para suprir alguns tecidos corporais como o cristalino do olho e os glóbulos vermelhos do sangue pode ser produzida pelo fígado a partir de aminoácidos glicogênicos que a partir do piruvato, fumarato, alfa cetoglutarato, succinil CoA e oxaloacetato no ciclo de krebs irão formar glicose para suprir as demandas fisiológicas do organismo.
utilização de óleos vegetais e o desenvolvimento de gorduras trans e interesterificadas. Essas gorduras como óleos vegetais, margarinas e gorduras hidrogenadas são altamente oxidativas e inflamatórias e favorecem ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e câncer. Um adendo deve ser feito às gorduras oriundas do azeite de oliva, do abacate, das nozes e castanhas e do coco. As primeiras, inseridas no contexto da dieta mediterrânea, predominantes em gorduras monoinsaturadas, têm impacto metabólico nos processos de desinflamação, contribuindo com a saúde antioxidante e proteção cardiovascular. O óleo de coco tem os ácidos graxos de cadeia média (TCM) que são de rápida absorção e consumo energético, o que beneficia o aporte de ácidos graxos para formação de corpos cetônicos mais rapidamente. O óleo de coco é rico em ácido láurico, cerca de 47% dos ácidos graxos, apresenta inúmeras ações terapêuticas. Em contato com pH ácido do estômago, transforma-se em monolaurina, um poderoso antivirótico, antibacteriano, antiparasitário e antifúngico, sem efeitos colaterais.
mente a utilização de gorduras de origem animal, especialmente animais ruminantes que alimentam-se de pasto, como é predominante no Brasil. As gorduras saturadas constituem a base da formação dos tecidos, como o leite materno que é rico em gorduras saturadas essenciais para formação, especialmente cerebral, dos bebês. A utilização de gorduras como combustível energético garante melhor atividade mitocondrial onde menos espécies reativas de oxigênio são formadas, reduzindo a inflamação crônica de baixo grau que acompanha o indivíduo ao longo da vida. Paralelamente as gorduras saturadas, a utilização de gorduras poli insaturados (PUFAs), ácidos graxos essenciais, como DHA e EPA são necessárias para proteção cerebral e cardiovascular, respectivamente o que inclui alguns óleos de peixes, principalmente de água fria, que se alimentam de algas, o que está muito distante dos peixes de cativeiro que sse alimentam de ração. Neste sentido, consumir boas fontes de gordura de ruminantes ou ingerir cápsulas de ômega 3 contendo quantidades significativas de DHA e EPA garantem o suprimento dessas gorduras essenciais.
Dieta de proteínas.
aminoácidos,Lys e Leu, são estritamente cetogênicos. Sendo assim, uma dieta proteica combinada, onde haja escassez destes aminoácidos, poderá reduzir a lipogênese. Além disso, aminoácidos são convertidos a glicose, reduzindo a necessidade de consumo daqueles para a manutenção dos níveis glicêmicos. Alguns aminoácidos como Gln e Ala são essenciais no ciclo de reaproveitamento do lactato sanguíneo (ciclo de Cori), vindo da fermentação eritrocitária ou muscular.
preponderante, já que representa 50% dos aminoácidos circulantes, transporta amônia tóxica, e auxilia no balanço ácido-básico, além de nutri os enterócitos e favorecer o tratamento de doenças intestinais e autoimunes. A dieta proteica, entretanto, encontra barreiras no uso por indivíduos com algum tipo de disfunção renal, já que o controle da produção de ureia e eliminação da amônia envolve o metabolismo nitrogenado. Insuficiência renal crônica, por exemplo, caracteriza-se pelo acúmulo de produtos finais do catabolismo de proteínas, principalmente ureia. Algum grau de restrição proteica na dieta é geralmente necessário porque esses produtos finais tóxicos são responsáveis por muitos dos sintomas associados à doença.
bem-estar alimentar à população, evitando contudo o desenvolvimento da obesidade. Neste sentido, as recomendações traduzem-se em uma dieta low carb, ou seja, reduzida em carboidratos (10 a 30%) ou cetogênica, baixíssima em carboidratos (0 a 10%) baseada principalmente em proteínas suficiente para suprir as necessidades de aminoácidos essenciais, uma vez que há a regulação central para o consumo de proteínas, especialmente de origem animal. Tal fato auxilia no controle de peso e em quadros de compulsão alimentar. Juntamente à ingestão de proteínas, deve-se levar em conta a utilização de gorduras saudáveis, como as citadas acima, para serem utilizadas como fonte energética, entre 30 a 70% do consumo calórico total. Para além da “dieta” , termo este muito recente na história da alimentação, deve-se atentar para a fisiologia e os alimentos mais biodisponíveis e utilizados ao longo da nossa evolução, os alimentos de origem animal.