2  Água

2.1 Estrutura e interações

      Estando com acesso à internete, vá em File, Get mol, e digite water. Alternativamente, vá ao repositório de imagens e procure por h2o. Abra o arquivo no Jmol ou, mais simples ainda, arraste-o com o mouse e solte-o na janela gráfica do Jmol. E voilá ! A imagem aparece no Jmol, mas com a vantagem de ser manipulável por este.

      Esse arquivo de imagem, bem como os demais listados ao longo deste material, são confiados em diretório próprio para estudo de Bioquímica Estrutural, e podem ser exportados com o botão direito do mouse em File, Export, Export PNG+Jmol image. Portable Networks Graphics-PNG consiste em formatação de imagem com compressão de qualidade superior ao GIF (Graphic Interchange Format), também possui 24-bit para cores, e é ideal para internete.

      Arquivos salvos dessa forma pelo Jmol podem ser duplamente visualizados num editor de imagens comum ou no próprio Jmol. Nesse caso, preservando-se a formatação de renderização, tamanho, etiquetas, plano de fundo, estilos e cores previamente definidos para a imagem. Apesar do Jmol não exportar imagens com qualidade vetorial para publicação (ex: PS-Post Script, EPS-Encapsulated Post Script, PDF-Portable Document Format nativo), existe um formato que melhora a imagem final da estrutura, POV-ray.

      Nesse caso, é necessário instalar o programa POV-ray para conversão do arquivo exportado em File->Export->Export POV-ray image. POV-ray constitui um programa multiplataforma e de livre distribuição que possibilita a renderização de imagens com tridimensionalidade (ray tracing). Como exemplo, vide a Figura abaixo para comparação de um arquivo de imagem de um complexo nucleoproteico exportado como PNG e o mesmo arquivo, como POV-ray, ambos em ampliação de 459x.

Estrutura de um complexo proteína-DNA tal como apresentado como arquivo de imagem PNG (A) ou como POV-Ray (B), e ampliado 459x para comparação. Observe a sutil melhoria na renderização tridimensional em POV-ray.

      Voltando à mólécula de água previamente carregada, rotacione-a com o mouse. Aumente e reduza o tamanho da molécula com o mouse (botão do meio ou Shift+botão direito). Retornando à molécula de água como primeiro exemplo, devolva seu tamanho original escrevendo no Console zoom 0. Se quiser, desloque a molécula na horizontal - Ctrl+botão esquerdo, ou rotacione a molécula com Shift+botão direito.

2.1.1 Sober o Console

      Aprenda agora a usar a riqueza de comandos do Console. Ele nada mais é do que um ambiente para execução de linhas de comando e mesmo programação do Jmol, e que possibilita uma ampla gama de ações sobre a molécula em estudo, flexibilizando imensamente o que pode ser obtido por acesso de Menu. Para acessar o Console, vá em File –> Console. Simples ! Você pode digitar os comandos listados, ou copiá-los e colá-los no prompt do Console

      De volta à molécula de água, centralize-a na tela - digite center. Devolva seu tamanho original com zoom 0. Represente-a com renderização distinta, como:

+ arame, somente - wireframe only
+ aumento da espessura: wireframe 50
+ preechimento adicional - spacefill

 Observe que a representação anterior foi sobreposta à atual (está lá, mas não é vista). Experimente visualizá-las em conjunto com: color translucent
 
 + Mude o plano de fundo: background lightyellow
 + Etiquete a carga parcial dos átomos: calculate partialcharge; label %P
 
 No Jmol, comandos sequenciais podem ser separados por ";"
 
 + Experimente a renderização de superfícies:
   - van der Waals: - dots on
   - potencial eletrostático: 
   - potencial eletrostático: isosurface resolution 6 molecular map mep (ou pelo Menu --> Surfaces)
   - Varie o número e observe a resolução (1 a 6). 

| Exemplificando, a imagem abaixo contém o resultado de potencial eletrostático experimentado acima.

Superfície eletrostática de uma molécula de água.

      Você também pode visualizar a superfície eletrostática da molécula no plano, digitando, por exemplo:

isosurface resolution 6 contour 41 plane xy map mep

Superfície eletrostática de uma molécula de água em visão planar.

2.1.2 Água e ligações de hidrogênio

      Agora experimente com três moléculas de água. Carregue o arquivo “h2o-3.png” contido na página do repositório de imagens. Observe a ligação de hidrogênio:

calculate hbonds; hbonds 0.1 # o último comando opcional, para espessura)
color hbonds magenta # mudança de cor da ligações H

      Veja que o Jmol mostra uma ligação de H apenas, embora haja três moléculas de água disponíveis na imagem. Por que a molécula à esquerda não parece formar uma ligação H com outra das restantes ?

      Para auxiliar-lhe na resposta, meça a distância formada na ligação de H exibida. Para tanto, selecione o átomo doador de H (esfera branca, representação CPK para o hidrogênio) com um duplo clique e arraste o ponteiro do mouse ao átomo aceptor da ligação de H. Anote a distância, em torno de 0,2 nm ou 2 Angstrons. Essa é a distância aproximada para uma ligação de H típica (2-4 Angstrons).

      Agora repita essa ação, mas com a molécula de água distante. Essa distância permitiria a formação de uma ligação de H ?

      Veja agora como as ligações de hidrogênio se apresentam numa estrutura hídrica mais complexa, carregando o arquivo “h2o-tot”. Visualize as ligações de H como anteriormente, e gire a molécula.

Representação em varetas para várias moléculas de água, reforçando o papel das ligações de H no meio (em amarelo).

2.2 Biomoléculas e água

      Como pode-se esperar das observações acima, a água interage fortemente com as biomoléculas por ligações de H. Por vezes, e como será visto ao longo deste material, a água permanece nos cristais cristalografados de proteínas, podendo também desempenhar um papel molecular na catálise de reações e interações com ligantes.

      Para exemplificar isso, carregue o arquivo “hemogl.png”. Trata-se da proteína transportadora de oxigênio, hemoglobina. Digite:

select protein; spacefill; color grey

      Agora gire a estrutura e perceba quantas moléculas de água (em vermelho, representado pelo oxigênio) se encontram fortemente adsorvidas ao cristal da proteína, afetando seu padrão de difração de raios-X.

Representação em espaço preenchido (spacefill) para uma molécula de hemoglobina exibindo grande número de moléculas de água no cristal proteico (pequenas esferas vermelhas).